VERSOS QUE FLUEM DA ALMA
Letra: Vanoci Marques
Eu sou a chuva que cai
Se esparramando na terra
O gado alçado que berra
Lá no fundo da invernada,
Sou noite de pirilampos
Som de tropel de cavalos
E a sinfonia dos galos
Ao romper da madrugada.
Eu sou um índio pampiano
Criado em pleno rigor
E um campeiro laçador
Que acerto em toco de guampas,
Sou léguas de alambrado
Margeando os corredores
E o sol processando as cores
Na vegetação do pampa.
Sou a cambona que chia
No fogo lá do galpão
E um alarido de peão
No auge da chimarreada,
Sou galo bom cantador
Ternura de amor paterno
E o frio que deixa no inverno
Os campos brancos de geada.
Sou guarnição da fronteira
E as praias do litoral
Deste rio grande bagual
Um velho poeta novo,
Sou verso que flui da alma
Pra verdade cultivar
Pois aprendi a escutar
A voz que emana do povo.